Maisa Baria

Maisa Baria

Pensamentos e Reflexões



Desde cedo deveríamos aprender que o limite de um termina quando começa o do outro, de forma que pudéssemos respeitar o espaço das outras pessoas, assim como ter nosso espaço também respeitado. Não me refiro apenas ao espaço físico, mas ao espaço mental, sentimental, psicológico, ao mundo individual de cada um que não precisa, e nem deve, ser dividido.

A intimidade e a convivência com as pessoas muitas vezes nos leva a crer que temos o direito de ultrapassar esses limites seja criticando, seja palpitando, ou até mesmo nas melhores das intenções dando conselhos. Muitas vezes invadimos arbitrariamente a vida daqueles que amamos com nossas duras verdades sob o pretexto de sermos honestos e transparentes, sem o menor cuidado com o que falamos e como falamos, apenas despejamos os nossos pensamentos mergulhados em nosso próprio ponto de vista sobre a pessoa sem nem mesmo considerar o que ela sente, quer ou necessita. Iludidos, acreditamos que o que nos movimenta a agir assim é amor, carinho e cuidado enquanto que na verdade estamos agindo por controle, super proteção e a satisfação íntima de acreditar que estamos sempre corretos.

Para que a convivência entre as pessoas seja harmônica e saudável é preciso não confundir intimidade com liberdade, a proximidade que temos no dia a dia com familiares, amigos e companheiros, não nos dá autoridade para ultrapassar os limites da individualidade de cada um.

Amar é respeitar o espaço do outro, seus sentimentos, suas vontades e suas escolhas, mesmo quando não compreendemos ou concordamos com elas, reservando-se o direito de discordar, mas de uma forma leve, amorosa, carinhosa e compreensiva, aceitando que o outro tem direito a traçar seus próprios caminhos. Quem ama caminha lado a lado mostrando-se presente e solicito, observando atentamente as necessidades do ser amado, para que quando este nos convidar a adentrar as barreiras de seu próprio mundo, possamos fazê-lo de forma serena, sem alarde, sem criticismo, sem culpas, não apontando o dedo em riste, mas sim estendo a mão, abrindo os braços e oferecendo o melhor de nós.

Se você não quer ser julgado, não julgue. Se não quer ser desrespeitado, respeite. Mesmo que as suas intenções sejam as melhores, não se aproveite da intimidade que o outro lhe proporciona para violar a individualidade dele. Para que possamos conviver de forma harmoniosa, serena, pacífica e direcionados pela lei do amor maior é fundamental termos em mente que o nosso direito também termina onde começa o do outro. Respeite esse limite e só ultrapasse essa linha se for convidado, e mesmo assim o faça com cautela, discrição e amor.

Tenha em mente que as fortes ventanias quando passam varrem tudo que está à sua frente, causando alvoroço, sem limitações causam tempestades e estardalhaço, deixando marcas de catástrofe e destruição. Mas são os ventos calmos e precisos que passam de um lado para o outro, muitas vezes sem serem notados, sabendo de onde vem, para onde vão e até onde devem chegar, que levam consigo as sementes que germinaram novas flores.

Plante amor, semeie com carinho e respeite o tempo de cada flor.

( Maisa Baria )

Quando dois caminhos diferentes se abrem a nossa frente e precisamos escolher por qual dos dois seguir nem sempre fazer essa escolha é simples, geralmente nos vemos em meio a questionamentos, incertezas e a dúvida se instala dentro de nossos corações e de nossa mente, de forma que se em um momento temos certeza que o caminho da direita é o melhor, no momento seguinte o da esquerda nos parece mais interessante e atrativo.

Como escolher diante de dois caminhos que despertam dentro de nós as mais variadas e diferentes sensações? Seria muito simples se nossa vida fosse traçada por um caminho único e reto, bastaria seguir adiante, sem surpresa, sem dúvidas, sem medos, mas também sem emoções, tal qual robozinhos em esteiras rolantes que nos levariam do inicio ao fim apenas apreciando a paisagem a nossa volta, sem fazer na verdade parte dessa paisagem, de forma que a vida apenas passasse por nós, ou nós passássemos pela vida, tanto faz, o fato é que não estaríamos vivendo, apenas existindo.

Quando diferentes possibilidades se apresentam diante de nós, somos forçados a assumir o controle de nossas vidas e tomar uma decisão, fazer uma escolha, é justamente essa capacidade interior de analisar, ponderar, meditar, avaliar, escolher e decidir que nos capacita a exercitar o nosso livre arbítrio nos colocando no controle de nossas ações e também das reações que estarão por vir de acordo com a consequência de nossas escolhas, dessa forma nos tornamos responsáveis diretos pelo rumo que a nossa vida segue, pela forma que ela vai se moldando e principalmente pelos caminhos que irão se abrir ou se fechar mais adiante.

Escolher é fácil? Não, não é! É preciso sair de nossa zona de conforto e se colocar de frente com a situação para poder analisar de forma mais profunda e fazer uma escolha consciente. Quem permanece na posição de espectador se coloca na posição passiva de quem aceita o que vier sem sentir-se no direito de dizer “Não” vendo-se obrigado a engolir muitos sapos, ou ainda sem ter coragem de dizer “Sim” permitindo que as oportunidades passem diante de seus olhos sem agarrá-las.

Escolher é correr o risco de dizer Sim ou Não, aceitando as consequências que virão, analisando com carinho todo o caminho que foi percorrido para se chegar até aqui, observando as pessoas que se mantiveram ao nosso lado, aquelas que nunca desistiram de nós mesmo quando duvidamos de nosso potencial. Escolher é lançar um olhar inquisidor a cada uma das estradas, com suas opções, encantos e desencantos e tentar visualizar-se nela com tudo que ela lhe oferece e com tudo que ela lhe retira, e é justamente ali, quando você se colocar em cada um dos caminhos que você deverá sentir o seu coração para saber por onde ir.

O caminho certo não é aquele que faz o seu coração descompassar e bater aceleradamente, causando-lhe inquietação, mas aquele que faz o seu coração sentir-se pleno, sereno e revigorado, de forma que você se sinta completo ainda que tenha aberto mão de certas situações para caminhar por ele, mas ainda assim ele é o único capaz de trazer Paz ao seu coração.

( Maisa Baria )

Ninguém poderá percorrer a nossa estrada, muitos caminharão lado a lado conosco, mas cruzar a linha de chegada e alcançar o nosso destino precisará ser realizado pelos nossos próprios pés.

A cada um de nós foi dada uma vida, um caminho, e junto dele possibilidades para percorrê-lo. As escolhas são pessoais e intransferíveis, temos o livre-arbítrio de escolher por onde ir, como ir, com quem ir, ou quando ir. Diante de nossas escolhas os caminhos vão se modificando, se adequando, se revelando, não estamos condicionados a uma única estrada. Temos um destino a alcançar e um objetivo a conquistar, porém como chegaremos a eles será parte do nosso processo individual de crescimento e amadurecimento, consequentemente, das escolhas que fazemos.

A vida não nos coloca em becos sem saída, são os resultados de nossas ações (ou a ausência delas) que nos levam muitas vezes nessa direção, na qual nos sentimos encurralados. Mas, ainda assim ninguém fica sem saída eternamente, existe sempre um alguém, uma ideia, uma situação, alguma coisa que surge quando menos esperamos e nos resgata, nos redireciona, nos aponta para uma nova direção, uma nova possibilidade. A vida nunca nos desampara, mesmo quando desacreditamos de tudo e até de nós mesmos, ainda assim a vida trabalha a nosso favor colocando diante de nós os recursos necessários para nossa caminhada.

Muitas vezes teremos pessoas ao nosso lado, que caminham conosco, que nos auxiliam nas quedas, mas por mais que elas nos ajudem a nos reerguer não poderão dar o próximo passo por nós. Chegamos até aqui pelos nossos próprios pés e será também através deles que caminharemos para fora de qualquer turbulência na qual nos encontremos no momento. Não podemos caminhar os caminhos uns dos outros, podemos nos apoiar, fortalecer e avançar juntos, mas cada um é responsável pelo seu próprio passo.

Nossas atitudes ou nossa omissão de hoje, traçarão a rota de amanhã. Assim como foram as nossas escolhas de ontem que nos colocaram exatamente onde estamos agora. Por isso, antes de dar o próximo passo, tenha certeza de onde estará pisando. Pense nas consequências de suas escolhas, atitudes, e não menos importante, mas pense também nas consequências da sua falta de atitude. Você sabe onde quer ir, sabe onde quer chegar, o que almeja para sua vida, então escolha o caminho certo, escolha as pessoas certas para caminharem ao seu lado, na dúvida não caminhe fique onde está até saber para onde deve ir, mas não permaneça ai para sempre, lembre-se que você só chegará ao seu destino se caminhar em direção dele.

A cada passo que você der com determinação, coragem e alegria um novo caminho mais alegre, feliz e seguro se abrirá diante de você.

( Maisa Baria )


O amadurecimento nos convida a olhar a vida com verdade, aceitando a realidade que temos diante de nós, não nos permitindo iludir-se a respeito de nós mesmos, das pessoas e do contexto no qual estamos inseridos.

Quando não temos maturidade suficiente para entender que a vida não vai nos dar tudo que queremos, nos colocamos na posição daquele que sofre acreditando-se vítima das circunstâncias, olhando para o lado e achando que as coisas só acontecem de forma positiva para o outro e não para si mesmo. É muito comum as pessoas olharem para tudo que o outro conquistou e achar que a vida dele é melhor do que a sua, porém esquecem-se de olhar o caminho que o outro percorreu para chegar onde está, não sabem das dificuldades, dos problemas, dos desafios que precisaram ser vencidos para que aquele resultado fosse alcançado. 

Se você parar para observar mais atentamente perceberá que a vida tem sempre altos e baixos, e às vezes só enxergamos o outro quando ele está em destaque, no alto. A vida não é uma um caminho linear e sem surpresas; sem tropeços, quedas, superação e conquistas. Não existe um caminho reto e sem curvas, desvios e retornos. A vida é feita de escolhas e a cada um de nós é dado o livre arbítrio de escolher por onde ir, como ir, com quem ir e quando ir. Justamente porque cada um tem esse poder de escolha, e devido os nossos caminhos se entrelaçarem, muitas vezes a escolha de um afeta o caminho do outro. Por isso precisamos fazer escolhas conscientes e ter a maturidade de aceitar que cada um é dono de seu próprio destino.

Diante das dificuldades muitas vezes desejamos que o problema desapareça, que nada daquilo estivesse acontecendo, nos esquecemos de que são justamente os problemas que nos tornam mais amadurecidos. É justamente esse exercício interior de buscar uma solução, de encontrar uma saída, de superar as adversidades e muitas vezes superar a si mesmo, que nos possibilita adquirir confiança em quem somos, nos tornando mais seguros de nós mesmos, descobrindo assim o potencial em nós guardado. Quando nos sentimos lançados para o fundo do poço somos ao mesmo tempo forçados a um mergulho para dentro de nós mesmos, quanto tempo esse mergulho vai durar depende de cada um de nós, mas é certo que quando emergirmos de volta das profundezas de nosso ser, retornamos refeitos e fortalecidos.

Quando a vida te apresentar problemas busque soluções. Quando um obstáculo surgir encontre a melhor maneira de superá-lo. Quando a dor chegar até você procure digeri-la sem se machucar. Quando o desânimo te abater, olhe para si mesmo e pergunte-se se você realmente quer ficar parado onde está. É fácil? Não, não é. É rápida a mudança? Não, também não é. Aceitar as dificuldades, encarar os desafios, resolver os problemas e encher-se de energia positiva quando tudo desmorona a sua volta é muito difícil. Mas lembre-se: Não existe vitória sem batalha. Não há conquista sem desafio. Ninguém vence desistindo.

As dificuldades são degraus que te forçam para cima, ainda que por algum momento você os encare como obstáculos que queiram te derrubar e te impedem de prosseguir, a verdade é que quando você decidir reunir as suas forças e superar esse degrau estará mais alto do que jamais esteve.

( Maisa Baria )

Não é porque o outro não nos valoriza que não temos o nosso valor. Não é porque o outro não reconhece o que fazemos que nossas atitudes não são válidas.

Quando agimos de acordo com o nosso coração e doamos de nós com alegria e desprendimento, não é sempre que essa atitude encontra eco no coração dos outros, as vezes nem encontra nem mesmo resposta ou aceitação. Na verdade ocorre que muitas vezes o outro nem mesmo nota o nosso esforço, nosso gesto de carinho ou nossa dedicação, e isso acaba por nos frustrar, pois sentimos que não temos o devido reconhecimento.

Nem sempre as nossas atitudes serão compreendidas, nem sempre nossos esforços serão reconhecidos, ainda assim isso não nos tira o mérito de tentar oferecer sempre a nossa melhor parte. Devemos buscar sempre fazer as coisas da melhor maneira possível, dando o nosso melhor, não para que os outros percebam ou notem o quão bom nos somos, mas sim porque quando fazemos o bem e agimos de maneira correta colocamos amor, ternura, carinho, em nossas atitudes e ampliamos dentro de nós o nosso potencial divino, entrando em sintonia com a vida, promovendo assim a satisfação interior que nos permite estar em paz com nossa consciência e em harmonia com nossos pensamentos e sentimentos.

Se as outras pessoas puderem compreender a extensão do que somos e como agimos será maravilhoso pois estaremos então em sintonia também um com o outro, vibrando em um mesmo padrão de ideias e ideais. Mas, se por outro lado o outro não tiver entendimento a nosso respeito, é preciso então aceitar que da mesma forma que eu não correspondo às expectativas dele pela forma que me comporto, penso, falo ou vivo, talvez ele também não corresponda às minhas quando espero dele compreensão e/ou reconhecimento que ele ainda não está preparado para demonstrar. A melhor alternativa seria buscar as semelhanças que nos aproximam valorizando-as mais do que as diferenças que nos afastam.

Aceite que o outro é diferente de você e que justamente nessa diferença pode haver uma limitação que no momento o impeça de te entender, compreender, valorizar e demonstrar gratidão por algo que você faça. Seja em uma relação afetiva, familiar ou de amizade não é sempre que estamos preparados para dançar a mesma música, algumas vezes é preciso estar disposto a conduzir o nosso parceiro, em outras tantas será necessário se deixar conduzir, e em todas elas estar preparado e paciente para cada pisão no pé ao longo do caminho.

Deixe sua essência transparecer em suas atitudes, o seu verdadeiro valor está naquilo que emerge das profundezas da sua alma, transcendendo conceitos e opiniões, se manifestando com verdade e transparência, de forma sutil e harmoniosa, no qual o único reconhecimento necessário é a certeza que brota do íntimo do seu ser de estar agindo no bem e para o bem de todo seu coração e em toda sua plenitude.

( Maisa Baria )
...............................................................................
https://www.facebook.com/maisabariapensamentos

Muitas vezes sabemos que precisamos mudar, percebemos os sinais a nossa volta, entendemos as mensagens que nos chegam e até mesmo compreendemos que toda e qualquer mudança depende de cada um de nós, no entanto existe ainda uma questão que persiste em nossa mente: Como fazer isso?

Quando lemos a respeito, ou ouvimos alguém falando sobre o que é preciso ser feito para que as mudanças ocorram, entendemos perfeitamente o que é exposto, tudo parece muito claro e de certa forma até mesmo fácil de ser colocado em prática, mas é na hora que nos encontramos a sós, naquele momento único em que nos vemos frente a frente com nossa consciência e que requer de nós uma atitude, um ponta pé inicial, que nos sentimos impotentes, incapazes e sozinhos nos sentimos sem direção. Não sabemos ao certo por onde começar, como começar e muitas vezes já nem temos mais a certeza de que mudar é preciso.

Mas como mudar? Como sair da posição que nos encontramos e assumir uma atitude diferente diante da vida, dos outros e de nós mesmos? O Primeiro passo (e eu acredito o mais importante) é aceitar que cada um tem seu próprio tempo. Não adianta querer correr quando mal estamos prontos para caminhar. Dar passos pequenos, mas seguros e conscientes é fundamental para que esse caminho ao ser percorrido possa de fato ser transformador. Aceite suas limitações, sejam físicas, emocionais, psicológicas ou materiais, e trabalhe dentro delas de forma que aos poucos você possa expandir essa barreira ou ultrapassá-la.

E por onde eu começo? Devemos sempre começar olhando para dentro de nós mesmos, iniciando um processo de redescobrir a nós mesmos. Muitas vezes diante das circunstâncias que a vida nos apresenta, ou mesmo pelas escolhas que fizemos, nós nos afastamos de nós mesmos, esquecemos o que nos faz sorrir, o que alegra nosso coração, nos deixamos perdidos ao longo do caminho e então precisamos fazer esse reencontro com o nosso próprio “eu”, olhar no espelho e enxergar a nós mesmos dentro de nosso olhar.

Comece lentamente, se observe, gaste um pouco de tempo olhando para si mesmo com ternura, fazendo algo que te agrade, gaste alguns minutinhos todos os dias para dedicar-se a si mesmo. Aprecie-se! Aos poucos você vai perceber que a alegria voltará para sua vida e essa alegria vai te impulsionar a querer cada dia ser mais alegre, perceberá que a tristeza e o desânimo já não mais te comprazem, e que você merece algo melhor e mais feliz.

Quando você redescobrir a força e o poder de um sorriso sentirá prazer em sua própria companhia, vai perceber que estar consigo mesmo pode ser muito agradável, e que ainda que você esteja sozinho você pode ser feliz, pois estará em sintonia com a vida. Quando isso acontecer você terá removido as barreiras que te limitavam, o que os outros dizem ou pensam já não importará mais, os problemas já não serão tão grandes quanto pareciam, as dores ainda irão doer mas de uma forma que não possam mais te ferir. Tudo aquilo que não estiver em sintonia com esse “novo você” não servirá para sua vida e precisará ser reciclado, renovado e transformado, pois você terá se reerguido diante da vida, reassumido o seu papel e estará pronto para promover as mudanças que tanto queria, desejava ou precisava.

Abra-se para a vida, ame-se e sintonize-se com a alegria de viver e então a vida te responderá com motivos para sorrir.

( Maisa Baria )

Se nos amarramos ao passado e o prendemos dentro de nós, não liberamos espaço para que a vida nos apresente um novo caminho. Ainda que a vida insista e coloque uma nova oportunidade diante de nós, não a enxergamos, não identificamos essa possibilidade, pois estamos trancados dentro de nós mesmos presos a um passado que já não existe mais. Não permitindo dessa forma que o passado se vá e que o novo chegue.

Quando martirizamos dentro de nós uma experiência negativa, nos prendemos a esse sentimento e ele não vai embora. O tempo, como já diziam nossos avós (ou tataravós), é o melhor remédio, pois quando administramos a dor e a preocupação do jeito certo, observando o que é possível fazer para diminuir essa for, ou tentando encontrar uma possibilidade de resolver o que nos preocupa, enfrentamos aquilo que nos aflige, aceitamos nossas limitações e nos damos conta da nossa real capacidade de olhar de frente o que nos tira o sono e buscar uma solução.

Quando eu faço tudo o que está ao meu alcance para resolver essas pendências emocionais, abro espaço para o passado passar e consequentemente abro espaço para que o novo chegue. Caso contrário, ao retermos o acontecimento que nos causa sofrimento dentro de nós vivemos em um processo contínuo de sofrimento, mágoa e dor, que só ocasionarão novas feridas não permitindo a cicatrização do que já foi.

O ressentimento é um processo doloroso que nos leva a sentir novamente tudo que já passou, por uma, duas, três vezes, ou mais, e em cada uma delas, saímos mais machucados. Ressentir é perder a oportunidade de deixar que nossas feridas cicatrizem. Por isso é importante, tanto quanto possível, manter os nossos sentimentos e ressentimentos, nossas carências, dores e angústias sob controle, de forma que possamos iniciar um novo processo para nos libertarmos desses sentimentos que só nos trazem consequências negativas e que ao invés de nos ajudar, nos afundam cada dia mais.

Todo mundo em algum momento é (ou será) machucado, faz parte da vida. Às vezes as pessoas nos ferem com palavras, outras com atitudes, e algumas vezes até pela falta delas, seja como for, não temos como impedir que as pessoas façam suas próprias escolhas, no entanto permitir que a palavra que fere, ou a atitude que machuca, venham a causar em mim um processo de ressentimento é minha escolha. Nós escolhemos quando já é o suficiente e damos um basta na situação. O tempo que isso nos afeta precisa ser administrado por nós.

Há sempre uma ferida que precisa ser curada, todos os dias. Quando você sentir que o seu coração foi atingido, comece imediatamente o processo de se permitir cicatrizar, pois esse processo pode ser lento, longo e doloroso. Quanto mais tempo você demorar para iniciá-lo, por mais tempo haverá uma ferida aberta dentro de você, e quando há uma ferida latente dentro de nós perdemos a disposição para tudo, para a vida, para os amigos, para os familiares, para o trabalho e até para nós mesmos.

Se te machucaram, se te magoaram, se feriram você, não se martirize com isso, use como aprendizado para não fazer ao outro, não permita que essa dor vire amargura. A tristeza deve ser um exercício de superação, vivencie esse momento doloroso com o propósito de superar-se, pois se não for superado virará amargura e o coração amargurado não é capaz de perceber a vida, e quando deixamos de perceber a vida corremos o risco de apenas passar pela vida sem vivê-la.

( Maisa Baria )

Para termos uma vida feliz é preciso observar a todo instante as atitudes que podem fazer com que essa felicidade aconteça. O amor que nós amamos é feito de pequenos gestos, são nas pequenas coisas que expressamos a sua grandiosidade.

Quando exercitamos o amor que sentimos nas atitudes do dia a dia, na maneira com a qual nos comunicamos com o outro, demonstrando respeito, carinho, atenção, se fazendo presente, fortalecemos os laços que nos unem e nos aproximamos uns dos outros.

O amor fortalece a relação humana. Pais e filhos terão uma relação mais sólida e real ao passo que o amor é exercitado diariamente entre eles; familiares se sentiram mais próximos quando tratados com amor; amigos serão mais amigos conforme se conhecem e se aproximam; casais serão mais cúmplices à medida que se amam mais. Quanto mais exteriorizamos o amor que sentimos em palavras, atitudes e gestos, mais forte esse sentimento se torna. 

No entanto é preciso aceitar que por mais que eu me esforce e queira fazer tudo certo em alguns momentos eu vou errar com as pessoas que amo, e quando eu errar preciso ter consciência de “como eu erro?”, “quando eu erro?” e “por que eu erro?”, e a partir dessa reflexão tentar me corrigir e melhorar onde posso na tentativa de conseguir neutralizar e evitar essas situações que me levam ao erro.

É preciso buscar o autoconhecimento, saber como funcionamos internamente. O que te irrita? O que te leva ao seu limite? É preciso conhecer essas respostas para então disciplinar-se, trabalhar essas questões sem se acomodar ou se sabotar dizendo “ah é o meu jeito”. Não se entregue a fraqueza, precisamos ser fortes em todos os sentidos, e precisamos ser ainda mais fortes quando isso requer de nós encararmos a nós mesmos, identificar nossas falhas, admiti-las e estar disposto a corrigi-las para superá-las. Essa é a nossa luta pessoal contra nossas fraquezas e a favor de nossas virtudes.

Da mesma forma que nós, ainda que sem querer, iremos magoar aqueles que amamos, também nós seremos magoados. É preciso lembrar que na dinâmica do amor está o perdão. O outro também vai falhar, também vai errar e será a nossa vez de estar do lado de lá dessa situação, perdoar ou não? Quantas vezes eu devo perdoar? Tantas quantas eu tiver motivos para isso. Tantas quantas eu puder compreender que se eu erro, o outro erra também. Se eu falo demais, o outro também fala. Se muitas vezes digo coisas sem pensar, o outro também diz. Não existe limite para quantas vezes devemos perdoar. 

Toda atitude de perdão deve ser motivadora de uma atitude de mudança que deve compreender todos os envolvidos. Quem foi perdoado deve se comprometer consigo mesmo e com o outro a não recair no mesmo erro (daí o autoconhecimento). Quem perdoou deve estipular limites e deixar claro seu posicionamento em relação ao ocorrido. Quem tem disposição para amar tem também disposição interior para perdoar, para entender, para se comprometer e mudar.

Vamos colocar amor em nossas vidas, agindo com cuidado com aqueles que amamos, tentando o quanto possível evitar o erro que causa mágoa e arrependimento, e se preciso for compreender com carinho que o outro também erra. Somente o amor sincero e verdadeiro quando exercitado com ternura é capaz de tocar e unir verdadeiramente as almas.

( Maisa Baria )