Os Limites de Cada Um
Desde cedo deverĂamos aprender que o limite de um termina quando começa o do outro, de forma que pudĂ©ssemos respeitar o espaço das outras pessoas, assim como ter nosso espaço tambĂ©m respeitado. NĂŁo me refiro apenas ao espaço fĂsico, mas ao espaço mental, sentimental, psicolĂłgico, ao mundo individual de cada um que nĂŁo precisa, e nem deve, ser dividido.
A intimidade e a convivĂŞncia com as pessoas muitas vezes nos leva a crer que temos o direito de ultrapassar esses limites seja criticando, seja palpitando, ou atĂ© mesmo nas melhores das intenções dando conselhos. Muitas vezes invadimos arbitrariamente a vida daqueles que amamos com nossas duras verdades sob o pretexto de sermos honestos e transparentes, sem o menor cuidado com o que falamos e como falamos, apenas despejamos os nossos pensamentos mergulhados em nosso prĂłprio ponto de vista sobre a pessoa sem nem mesmo considerar o que ela sente, quer ou necessita. Iludidos, acreditamos que o que nos movimenta a agir assim Ă© amor, carinho e cuidado enquanto que na verdade estamos agindo por controle, super proteção e a satisfação Ăntima de acreditar que estamos sempre corretos.
Para que a convivência entre as pessoas seja harmônica e saudável é preciso não confundir intimidade com liberdade, a proximidade que temos no dia a dia com familiares, amigos e companheiros, não nos dá autoridade para ultrapassar os limites da individualidade de cada um.
Amar é respeitar o espaço do outro, seus sentimentos, suas vontades e suas escolhas, mesmo quando não compreendemos ou concordamos com elas, reservando-se o direito de discordar, mas de uma forma leve, amorosa, carinhosa e compreensiva, aceitando que o outro tem direito a traçar seus próprios caminhos. Quem ama caminha lado a lado mostrando-se presente e solicito, observando atentamente as necessidades do ser amado, para que quando este nos convidar a adentrar as barreiras de seu próprio mundo, possamos fazê-lo de forma serena, sem alarde, sem criticismo, sem culpas, não apontando o dedo em riste, mas sim estendo a mão, abrindo os braços e oferecendo o melhor de nós.
Se vocĂŞ nĂŁo quer ser julgado, nĂŁo julgue. Se nĂŁo quer ser desrespeitado, respeite. Mesmo que as suas intenções sejam as melhores, nĂŁo se aproveite da intimidade que o outro lhe proporciona para violar a individualidade dele. Para que possamos conviver de forma harmoniosa, serena, pacĂfica e direcionados pela lei do amor maior Ă© fundamental termos em mente que o nosso direito tambĂ©m termina onde começa o do outro. Respeite esse limite e sĂł ultrapasse essa linha se for convidado, e mesmo assim o faça com cautela, discrição e amor.
Tenha em mente que as fortes ventanias quando passam varrem tudo que está à sua frente, causando alvoroço, sem limitações causam tempestades e estardalhaço, deixando marcas de catástrofe e destruição. Mas são os ventos calmos e precisos que passam de um lado para o outro, muitas vezes sem serem notados, sabendo de onde vem, para onde vão e até onde devem chegar, que levam consigo as sementes que germinaram novas flores.
Plante amor, semeie com carinho e respeite o tempo de cada flor.
( Maisa Baria )
1 comentários
Perfeito!!! Assino abaixo!!!
ResponderExcluir